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Quer queira, quer não – Quiet Quitting e FatFIRE – estão no mercado de trabalho

Quer queira, quer não – Quiet Quitting e FatFIRE – estão no mercado de trabalho

Vamos abordar o que está acontecendo com a força de trabalho do estilo Quiet Quitting e FatFIRE – assim como, de que forma podemos conviver com isso.

Quiet Quitting e FatFIRE é modismo do momento?

Recentemente a consultoria Gallup, difundiu um levantamento chamado  Estado do local de trabalho global: relatório de 2022, mostrando que colaboradores do mundo inteiro, ainda estão sob o efeito da pandemia (e do medo dela).

Essa percepção coletiva constatou que o alto índice de estresse e falta de engajamento dos colaboradores, continuam  atrapalhando o local de trabalho, fazendo com que se sintam emocionalmente desconectados do seu emprego, entre outras questões. 

Nesse caminho veio a reboque, primeiramente, o movimento chamado “The Great Resignation” ou “grande resignação”, principalmente nos Estados Unidos e agora estão se popularizando os termos Quiet Quitting ou “desistência silenciosa”, além de FatFIRE.

Se Quiet Quitting ou desistir silenciosamente é meramente fazer o mínimo que uma função  exige e estabelecer limites, em busca de um equilíbrio entre trabalho e vida pessoal, FatFIRE defende o oposto.

FatFIRE – propõe trabalhar muito (mesmo em algo que não goste) para ganhar muito dinheiro, adquirir grande independência financeira para se dar uma aposentadoria bem cedo na vida.

Entretanto, escolher um estilo Quiet Quitting ou FatFIRE, está longe de ser uma decisão eventual, pois, vai exigir muito planejamento nas passagens de vida.

Para entender Quiet Quitting

Quiet Quitting ou desistência silenciosa nem sempre está ligada à falta de motivação, muitas vezes, pode ser uma proteção para a saúde mental, mesmo que subconsciente. 

Precisamos considerar que esse movimento é bem mais forte em países desenvolvidos, com muita oferta de emprego e onde os profissionais têm mais poder de barganha.

Afinal, em países em desenvolvimento como o nosso, nem todo mundo tem ou se sente em condições de exigir aquilo que avalia ser o ideal.

Então, nesse último caso, se você considera estar com excesso de trabalho e pensa em fazer o mínimo para que a empresa lhe desligue, para ter acesso aos benefícios de uma demissão, não esqueça que a empresa pode, também, o enquadrar em um “caso de desídia”.

Ou seja, o gestor pode considerar que sua atitude tem a ver com ociosidade, indolência e  desleixo e que você não está cumprindo com o seu papel profissional.

No fundo, o fenômeno Quiet Quitting pode ser uma maneira de repensar as relações de trabalho.

Como conviver com o movimento Quiet Quitting?

Criar um clima de vigilância não é a maneira mais adequada de lidar com o fenômeno Quiet Quitting.

Ao invés de vigilância, os gestores podem seguir outros caminhos:

. nas definições de cargos, especificar exatamente as expectativas exatas da função;

. respeitar e incentivar os limites de trabalho/vida, pois, ao evitar esgotamento, cultiva-se uma cultura em que os profissionais podem prosperar;

. inovar e criar formas de trabalho, a fim de diminuir a ansiedade e eliminar normas desgastadas para o momento atual;

. reavaliar os processos com feedback em tempo real, melhorando práticas para gestores e colaboradores se comunicarem entre si;

. pesquisar e coletar feedback anônimo, para descobrir o que os colaboradores querem realmente das suas funções;

. trabalhar em parceria com a equipe para realizar mudanças apropriadas, tais como: horários de trabalho flexíveis, alternativas de trabalho híbrido ou implantação de políticas mais rígidas sobre mensagens fora de horas de expediente, entre outras ações.

Acima de tudo os gestores devem se concentrar no bem-estar como algo essencial para sua equipe, inclusive ouvindo e estando pronto para abraçar a transformação.

Como o FatFire opera?

O movimento FIRE (Financial Independence, Retirement Early) propõe uma aposentadoria antecipada entre trinta e quarenta anos, tendo até uma comunidade brasileira – AA40.

Nessa comunidade encontraremos além do FatFIRE, outros tipos, tais como, FIRE Tradicional, Lean FIRE, FIRE Intermitente ou Barista FIRE, ou Coast FIRE.

Além disso, nesse espaço, também, pode-se encontrar ferramentas de decisão FIRE: simulador FIRE, simulador Coast FIRE, termômetro FIRE e o gerador de planos de investimentos pessoais.

Nesse sentido, o conceito FIRE não é novo, surgiu pela primeira vez nos Estados Unidos em 1990 e cresceu online.

FatFIRE se afastou do movimento FIRE em 2016, motivado por pessoas que estavam interessadas em se aposentar cedo, porém, almejavam um padrão de vida muito alto.

Ele foi lançado por um usuário do Reddit e nesse espaço de convivência é possível se encontrar uma calculadora interativa para auxiliar adeptos a encontrar seu número FatFIRE.

Assim sendo, a proposta é “se aposentar com uma vultuosa poupança”, viver dos dividendos e pagamentos de seus investimentos e negócios paralelos.

De acordo com FORBES, os adeptos querem poder gastar US$ 100 mil por ano ao deixar o mercado profissional e isso, exige um rendimento de cerca de US$ 2,5 milhões.

O movimento é seletivo e está envolvendo muito  profissionais ligados à tecnologia ou que trabalham na área jurídica ou são criadores de startups,  que recebem alta remuneração, inclusive com opções de ações.

Com a renda disponível, eles usam os recursos para investir em diversos  nichos de mercado como mercados de ações ou criptomoedas e construção de negócios paralelos.

É preciso ter atenção com o que se deseja no mercado  profissional na atualidade?

As relações profissionais continuam evoluindo.

Não está claro o que pode significar para carreiras e performance no trabalho, o hiperfoco em juntar dinheiro trabalhando muitíssimo para se aposentar jovem.  

Colocar o trabalho em primeiro lugar para acumular riqueza, esquecendo o restante, pode ter o custo de construir relacionamentos pouco profundos ou propósitos de vida frágeis.

Parece que a idade geralmente determina a qual grupo as pessoas se conectam.

Enquanto os jovens no início de suas carreiras podem olhar para o estilo Quiet Quitting como uma forma de ter uma vida mais gratificante, as gerações mais velhas, que trabalham há muitos anos, podem estar mais inclinadas a seguir o FatFIRE.

Será que não é chegado o momento de equilibrar tarefas profissionais, orçamento, relações sociais e a nossa mente, acima de tudo?

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Você está pronto para encarar esses movimentos?

Eliana Ozores — Ma. em Comunicação — ECA/USP

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